quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

GUIA DE CARREIRAS: DIREITO

Foruns, petições, leis, testemunhas... Estas palavras são comuns na rotina daqueles que escolhem a área de Direito. Quer saber um pouco mais sobre este campo de trabalho? Confira o texto abaixo! 

Fonte: G1 

Desde a infância Ricardo Veirano sempre gostou de mexer na papelada do pai, que era advogado. “Gostava até do cheiro de papel”, lembra. Na época do vestibular, viu que gostava da área de humanas e chegou a pensar em prestar jornalismo, mas acabou optando pela carreira familiar. Tornou-se advogado.
Hoje, Veirano é sócio do escritório fundado pelo pai, Veirano Advogados, especializado no atendimento a empresas. Assim como os outros sócios da empresa, ele dá assessoria a companhias, principalmente em negociações de compra e venda. “Tem muito contato humano. É uma das coisas que me atraiu para a carreira. Gosto de gente, de contato com pessoas”, disse.


Guia de carreiras: direito (Foto: Arte/G1)


Segundo Veirano, o leque de atuação para o advogado é amplo. Após ser aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), é possível ter escritório individual, em que se atende quem aparecer, ou em vários outros locais. “Pode fazer uma ação de despejo, um divórcio, um caso de natureza ambiental, trabalhista, de pequeno comércio. E você tem pessoas que se especializam em áreas diferentes. A área criminal, ambiental, direito civil”, disse.



Dá ainda para fazer concurso público e atuar na Justiça, como técnico, procurador ou juiz, ou no Ministério Público, em que irá lidar com questões de direito administrativo, de licitações, ambientais e outras. É possível ainda exercer outras funções públicas, no Banco Central ou como fiscal do Imposto de Renda, por exemplo, e ainda atuar em ONGs.

“Hoje em dia tem cada vez mais ramos do direito, como direito eletrônico, de entretenimento, de esportes. As pessoas vão se especializando, às vezes porque gostam da área. Aí, você tem a roupagem jurídica disso”, afirmou Veirano.

O advogado conta que a maioria dos profissionais trabalha em escritórios. Parte deles vai aos fóruns. “O profissional vai estar em ambientes fechados a maior parte do dia e poucas horas na rua, embora visite clientes, visite fábricas e vá aos mais diversos órgãos públicos e departamentos públicos”, disse.

Nesses locais, a leitura de documentos e leis é constante. O escritório de Veirano mantém uma biblioteca com centenas de publicações. Duas bibliotecárias acompanham ainda todas as novidades da área para enviarem aos profissionais. “Hoje, muita coisa já está digitalizada, mas ainda fazemos consultas aos livros”, afirmou Veirano.

No geral, a rotina de trabalho é dinâmica. “Você não faz a mesma coisa todo dia. É muito variado. Está fora em reuniões, viaja. Em um dia revê um contrato, no outro dia dá palestra ou conversa com a equipe. É uma atividade bem dinâmica, para quem não se incomoda de trabalhar muitas horas durante o dia, começar cedo e acabar bem tarde, mas com dinamismo.”

O profissional lida com assuntos diferentes o tempo todo. “Faz contrato de prestação de serviço, de compra e venda de ações. Geralmente tem que entender o mínimo do negócio do cliente. Um é uma instituição financeira, outro fabrica paineis de madeira, outro é da área de tecnologia, outro é da área de varejo. E são pessoas diferentes, com personalidades diferentes. Isso vai dando um gostinho bom na vida. Tem muitos momentos de tensão e não tem momentos de pasmaceira”, disse Veirano.


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

GUIA DE CARREIRAS: HISTÓRIA 

Bacharelado ou Licenciatura em História? Você sabe qual a diferença quando escolhe esta carreira no Vestibular?  Que tal descobrir a resposta para este questionamento no texto abaixo? 

Fonte: G1




Quem somos nós? E para onde vamos? Talvez, analisando de um jeito bem simples, é a estas perguntas que um historiador pretende responder. Esse profissional estuda as implicações do passado no presente e novas formas de escrever o futuro. E os especialistas afirmam que para fazer o curso de história é preciso muita paixão pelo conhecimento. 

A faculdade de história, mais do que qualquer coisa, exige paciência e disciplina com os livros. “O gosto pela leitura é uma condição para fazer a faculdade”, afirma a coordenadora do curso na Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg), no Rio Grande do Sul, Doracina Alves Campos Sosa. “Percebemos que nossos alunos são muito exigidos em termo de leitura. Carregam muitos livros embaixo do braço”, brinca a professora. 


Mas, segundo ela, quem vai para a história tem de ter interesse por descobrir coisas; ser curioso na investigação, no reconhecimento do passado, e nas ligações entre o passado e o presente. Em resumo, o estudante tem de ser criterioso e crítico para não aceitar qualquer explicação sobre os rumos da sociedade.


Há que se ter ainda um certo gosto pela educação, pois grande parte dos profissionais acaba se destinando a lecionar em escolas de ensino fundamental e médio. 




Cursos

Como a docência é que abre mais postos de trabalho, existem no país, segundo dados de 2005 do Ministério da Educação (MEC), 346 cursos para a formação de professores de história e outros 91 para a graduação de bacharéis. 


A diferença básica entre os dois tipos é que, para lecionar no ensino fundamental e médio, é preciso obter o título de licenciado em história. Já para a pesquisa científica ou lecionar nas universidades, é preciso obter o título de bacharel em história. 



Muitas instituições oferecem os dois tipos de curso, e basta ao estudante complementar os estudos para obter os dois títulos. Mas nem sempre é assim. Por isso, na hora de escolher a faculdade, vale ficar de olho na modalidade oferecida.


Há ainda outros aspectos importantes na hora de escolher o curso. “É fundamental observar a formação do corpo docente: a qualificação, a produção, a inserção na área”, afirma o presidente da Associação Nacional de História (Anpuh), Manoel Luiz Salgado Guimarães. “O capital humano será o fundamental para a boa formação do profissional e deve orientar sua escolha pela universidade”. O site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), permite conhecer o currículo dos docentes. 


O tempo de graduação, de acordo com uma resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) deve ser de, no mínimo três ou quatro anos. O currículo, em geral, é composto por disciplinas como história do Brasil, da América, teoria da história, história das idéias, antropologia, história da arte. 




Quem quer ser historiador

O perfil dos ingressantes, segundo o vice-chefe do departamento de história da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Napolitano, é bem variado. “Existem expectativas de ordem política, para ‘conhecer as sociedades humanas e seus conflitos’; motivações ligadas à busca de cultura histórica geral; expectativas ligadas ao gosto pelo patrimônio cultural da humanidade e pelas sociedades distantes no tempo”, diz. 


“E também é comum alunos que já possuem alguma formação superior, por exemplo, economistas, advogados ou jornalistas, que buscam o curso de história para aumentar sua cultura humanística”, afirma.


Campo de trabalho da história começa a se diversificar

Patrimônio histórico e meio ambiente são novas áreas de trabalho

Boa parte dos historiadores pode ser encontrada nas escolas de nível fundamental, médio ou superior. Mas o mercado começa a abrir novas portas para o profissional. As novas opções são ONGs que cuidam do resgate da memória, instituições públicas de preservação do patrimônio, arquivos e museus. 

Foto: Reprodução

Mapa antigo do Brasil traz desenhos (Foto: Reprodução)
“E a área de pesquisa, ainda que não seja imensa, cresceu bastante em virtude do enorme aumento dos cursos de pós-graduação espalhados por todo o Brasil”, afirma o presidente da Associação Nacional de História (Anpuh), Manoel Luiz Salgado Guimarães. E também há novos postos de trabalho em setores administrativos de órgãos como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 


Outra área que pode virar objeto de estudo e campo de trabalho para o historiador é a educação ambiental. Na Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg), o bacharelado vai passar por uma reformulação para que o profissional consiga se inserir nesse mercado. “Não é só de arquivos que o historiador vive. As reservas ecológicas, os jardins botânicos, são todos imbuídos de história”, afirma a coordenadora do curso da Furg, Derocina Alves Campos Sosa. 



O mestrando André Luiz Portanova Labordie, 25, acabou seguindo por essa área. Ele estuda como uma comunidade Hare Krishna lida com o meio ambiente. “A comunidade percebe o ser humano como parte do ambiente. A educação ambiental, envolve os aspectos históricos, antropológicos, sociológicos”, diz. Mesmo com essa pesquisa mais prática e de relato, ele não descarta a docência. 

domingo, 8 de fevereiro de 2015

  GUIA DE CARREIRAS: NUTRIÇÃO 


O profissional desta área sabe utilizar de forma variada a combinação dos diversos tipos de alimentos para diferentes situações. Quem faz isto? Ah... É aquele que trabalha com nutrição! Saiba mais sobre a carreira no texto abaixo.


Fonte: G1

Profissional da área da saúde, em linhas gerais o nutricionista é responsável por planejar e indicar maneiras adequadas de se alimentar. Além de trabalhar em restaurantes, lanchonetes, redes de fast-food e demais estabelecimentos ligados à alimentação, o nutricionista também é fundamental em hospitais, programas de saúde pública, clubes e academias, entre outros setores.

"Um nutricionista pode desde gerenciar uma cozinha se preocupando em tornar os alimentos mais seguros do ponto de vista higiênico-sanitário e nutricional, até dentro do hospital onde uma das funções é controlar a dieta de pacientes que têm de se alimentar por sonda, por exemplo", afirma a nutricionista Tatiana Sadalla Collese, de 21 anos, que trabalha em um hospital de São Paulo. 


 

Guia de carreiras nutrição (Foto: Arte/G1)
À medida que cresce a preocupação mundial com os distúrbios alimentares, como a obesidade, aumenta também a procura e a importância do nutricionista. A indústria da estética, do culto ao corpo, também ajudam a reforçar seu espaço no mercado.
"O estado nutricional adequado é uma condição de saúde. Os nutrientes que a pessoa absorve e utiliza dentro do seu metabolismo vai refletir na sua saúde, por isso nós somos aquilo que  comemos. Quem tem uma alimentação balanceada tem uma saúde melhor", diz a nutricionista Clara Korukian Freiberg que dá aulas na Universidade São Camilo, em São Paulo.

Quem pensa em seguir carreira na nutrição, vai encontrar na faculdade disciplinas como química, anatomia e biologia, principalmente no primeiro ano onde as matérias são comuns aos cursos da área da saúde. Nos anos finais, os estudantes têm acesso às aulas práticas e aos estágios, que são oportunidades de vivenciar as diferentes áreas, o que facilita o ingresso do profissional recém-formado ao mercado de trabalho.

"O mercado na área de alimentação sempre foi muito promissor. Quem tem garra, iniciativa e empreendedorismo não tem dificuldade de conseguir emprego", afirma Clara. Para Tatiana, só durante a gradução, onde os alunos vivenciam, mesmo que de maneira simplista, as diferentes atuações da profissão, é possível saber qual a área de maior identificação. Definido o segmento, a dica de Tatiana é partir para a especialização com uma pós-graduação. "A nutrição exige muito estudo, não dá para parar nunca. O profissional que não está atualizado fica obsoleto e está fora do mercado."


Nutrição x cozinha
 
Apesar de ser um grande conhecedor dos alimentos, de suas composições e nutrientes, o nutricionista não precisa, necessariamente, ser um cozinheiro exemplar. Sua função é propor formas saudáveis de alimentação, mesclando sabor e apresentação. A obrigação de preparar as refeições é do chef de cozinha que ainda pode cozinhar sem ter de ser preocupar com as calorias dos alimentos. Sua principal função é oferecer pratos bonitos e gostosos.
"Muitas nutricionistas sabem e fazem coisas muito saborosas como verdadeiros chefs, mas são papéis bem distintos. Eles podem trabalhar no mesmo espaço. Neste caso, o consumidor final que vai desfrutar do produto sai ganhando", diz Clara.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

GUIA DE CARREIRAS: ZOOTECNIA 

O que faz quem trabalha com Zootecnia? Ficou curioso? Confira a resposta no texto a seguir! 


Fonte: G1 

Se o crocodilo ou o gambá estão obesos ou o filhote da girafa da Fundação Parque Zoológico de São Paulo precisa de um complemento alimentar, o zootecnista vai saber. Se o hipopótamo está velhinho e necessita de uma dieta especial ou os cisnes não gostaram da nova ração, também. Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Henrique Luís Tavares, de 34 anos, é o nutricionista dos mais 3.500 animais do zoológico de São Paulo.
Entre outras atribuições, o zootecnista é responsável por calcular os regimes dos bichos com sobrepeso, reforçar os pratos das espécies doentes ou em extinção, e adaptar as dietas com os ingredientes disponíveis, a partir do que os animais se alimentam em seu habitat. Os flamingos, por exemplo, recebem pratos diários de peixes misturados com colorau que substituem camarões e algas encontrados na natureza. O colorau ajuda a manter a penugem avermelhada das aves.
Os animais do zoológico paulistano consomem quatro toneladas de alimentos por dia, sendo meia de carne e o restante de ração, frutas, grãos e sementes. Herbívoros como a girafas comem cerca de 100 quilos de alimentos por dia.
Também é função do zootecnista promover o melhoramento genético e aumentar a produtividade animal. "O bem-estar animal é um dos nosso lemas, inclusive na hora do abate. Seguimos regras e técnicas para diminuir o sofrimento do bicho e não comprometer a qualidade da carne", afirmou Tavares. No zoológico de São Paulo, os ratos e porquinhos-da-índia criados no biotério para alimentar outros bichos são mortos por uma câmara de gás, mas segundo o zootecnista, adormecem antes de serem asfixiados.
SAIBA MAIS 
O que faz
Os profissionais formados em zootecnia estão habilitados  a criar e promover o bem-estar dos animais seja para fins alimentícios como a produção de carne, leite e derivados; seja para preservação no caso de animais silvestres e exóticos, ou ainda, no caso do mercado de pet, como cães e gatos. 
Onde atua 
Em zoológicos, centros de triagem de animais silvestres, indústria de processamento de produtos de origem animal, ou ainda, como consultor autônomo em planos de manejo ligados à fauna ou na assistência de produtores rurais. 
Perfil 
Quem pensa em estudar zootecnia além de gostar de animais tem de ter habilidades em ciências exatas, principalmente química e matemática. Precisa também ter raciocínio lógico, saber trabalhar em equipe e ter espírito de liderança. 
Salário inicial 
A recomendação é de que o piso seja equiparado a do veterinário e a remuneração gire em torno de 8 salários mínimos para 8 horas de trabalho, segundo o zootecnista Henrique Luis Tavares. 




quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

GUIA DE CARREIRAS: MEDICINA 

Medicina... Você sabe o que faz quem se forma em um dos cursos mais concorridos no Vestibular? Esta é a carreira que vamos conhecer um pouco mais no texto abaixo.

Fonte: G1






Para ser médico é necessário ter vocação e enfrentar um vestibular concorrido. A dedicação, no entanto, tem contrapartida no mercado de trabalho. Talvez seja a única carreira que tenha taxa de desemprego zero no Brasil, segundo o médico e professor da Faculdade Estácio de Sá, Flavio Henrique de Rezende Costa.


Mestre em neurologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Costa, de 34 anos, diz que o mercado de medicina está muito aquecido e existe demanda para todas as áreas. "Há uma estimativa de que no Brasil há cerca de 350 mil médicos e que deveria existir no mínimo 500 mil", afirma.

O déficit pode ser verificado principalmente na área de assistência básica, como nas unidades básicas de saúde e nos programas de saúde na família, de cidades do interior e periferias das metrópoles. Médicos especializados em emergência, terapia intensiva e especialidades cirúrgicas de alta complexidade também estão em falta no mercado, segundo Costa. O grande empregador é o setor público.

Para seguir carreira, no entanto, é necessário ter paciência entre outras virtudes. "A graduação sozinha não é suficiente. É um projeto de longo prazo de nove a 11 anos para se tornar um médico especialista", diz Costa.

O neurologista lembra que a profissão exige uma grande capacidade de lidar com pressão. "Tem de ter vocação, porque é uma carreira desgastante", diz. Para ele, o estudante também tem de desenvolver os aspectos humanistas, como solidariedade e vontade de ajudar.


ilustração medicina (Foto: Arte/G1)
Formação
O curso de graduação em medicina tem seis anos de duração. Os dois primeiros anos são básicos com matérias de anatomia, biologia, bioquímica, entre outras. Nos dois anos seguintes há as disciplinas clínicas e cirúrgicas, e nos anos finais há o curso prático que ocorre dentro dos hospitais universitários. O período final também é chamado de internato médico.

Ao concluir a graduação, o estudante escolhe a especialização e opta pela residência médica ou por curso de pós-graduação lato sensu. A maioria, segundo Costa, escolhe a primeira opção, pois a carga de 60 horas semanais é totalmente prática e ocorre em um hospital público.

A especialização dura no mínimo dois anos, mas pode chegar a cinco, no caso da neurocirurgia. Se o estudante quiser parar de estudar após concluir a graduação, ele se torna um médico generalista. Porém, de acordo com Costa, é muito raro um estudante não se especializar.

Durante a residência, o estudante recebe cerca de R$ 2.200 por mês referente a bolsa do Ministério da Educação. A partir do segundo ano de residência, os médicos podem dar plantões extras fora do hospital, o que possibilita um ganho de até R$ 5.000.

GUIA DE CARREIRAS: JORNALISMO 

Pautas, notícias, novas tecnologias... Como estas palavras influenciam a vida de quem quer seguir a carreira de Jornalismo? Confira abaixo a experiência do jornalista Caco Barcelos e outras informações que podem ajudar a saber se você se identifica com esta profissão.

Fonte: G1


Apesar do grande interesse pela leitura e a redação, Caco Barcellos, ainda na adolescência, passou no vestibular para o curso de matemática, com o objetivo de um dia se tornar engenheiro. A oportunidade de participar do jornal do centro acadêmico da faculdade, porém, acabou lhe rendendo uma oferta de trabalho em um jornal diário. "Foi meio por acaso. Como eu gostei muito do trabalho e eles gostaram de mim, tratei de mudar rapidamente e fui fazer jornalismo", conta o repórter, que se formou na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, já trabalhou nos principais jornais e revistas impressos e há mais de duas décadas conta histórias em frente às câmeras de televisão. 



Caco Barcellos, repórter da TV Globo (Foto: Reprodução)O repórter Caco Barcellos (Foto: Reprodução)

Jornalistas como Caco, que hoje é repórter e diretor do programa Profissão Repórter, são profissionais dedicados a transmitir e explicar fatos e histórias de interesse público aos leitores, ouvintes. Para isso, eles contam com técnicas de apuração das informações, realização de entrevistas com fontes e personagens relevantes para a notícia e produção e edição da reportagem.

Guia da carreiras jornalismo (Foto: Editoria de Arte/G1)

E, já que depende de eventos em sua maioria imprevisíveis, a carreira também exige paciência para conseguir a informação, flexibilidade para lidar com acontecimentos de última hora e dinamismo quando é preciso produzir uma reportagem poucos minutos antes de ela ir ao ar, ou à gráfica.

"Um amigo meu brinca que o jornalista é aquele que fica a vida toda esperando o nada virar coisa. A gente nunca sabe quando vai acontecer o factual que vai nos fazer trabalhar de madrugada ou que vai nos obrigar a trabalhar domingo", explica a jornalista Ana Escalada, editora-chefe do Profissão Repórter.

Ana e Caco concordam que esta é justamente a graça da profissão. "Uma pessoa que não gosta de problemas não deve ser jornalista, uma pessoa que gosta de rotina não deve ser jornalista", afirma a editora.
"Tem que ignorar aquilo que em outras profissões é muito importante, como rotina, jornada de trabalho... Você não sabe quando começa e, principalmente, não sabe quando termina", disse o repórter ao G1, às 20h da segunda-feira (23). Naquele dia, ele já tinha passado pelas Clínicas, na Zona Oeste de São Paulo, seguido para Guarulhos, na Região Metropolitana, e retornado à Avenida Paulista, na região central da capital, em busca de uma matéria para o programa que foi ao ar na noite de terça-feira (31), sobre estrangeiros que moram no Brasil . 

"É uma profissão que combina mais com os poetas, por exemplo, com as pessoas que gostam de outras pessoas. É fundamental ser apaixonado por gente, senão não dá certo. E o repórter tem que ser apaixonado pelo que faz, achar graça disso, não achar que isso é sacrifício", afirma.
O repórter tem por obrigação fazer o registro dos acontecimentos de um país"

Caco Barcellos, repórter e
diretor do Profissão Repórter
Para Caco, além de contar histórias, quem vive da reportagem também tem uma função essencial. "O repórter tem por obrigação fazer o registro dos acontecimentos de um país. É a partir do trabalho do jornalista que as outras profissões se movimentam", diz. "A gente que é repórter tem que estar mais informado do que todos os que estão à nossa volta, inclusive o dono do veículo onde a gente trabalha", explica ele.

A responsabilidade do produto que o jornalista apresenta ao público tem implicações que podem perdurar durante muito tempo. "Por exemplo, daqui a algum tempo, essa história que estou contando talvez seja a história que sintetize o que é a violência urbana na maior cidade da América Latina. Talvez daqui a dez ou 20 anos um sociólogo vá querer interpretar por que isso estava acontecendo neste momento da história do Brasil."

A produção da notícia
Para retratar os pequenos e grandes fatos que, a cada dia, vão construindo a história, os jornalistas se dividem para cumprir diversas tarefas. Dentro das redações impressas e de internet, as mais comuns são a do repórter, que busca as histórias e vai a campo apurar as informações, e a do editor, que decide como todas as reportagens da equipe serão expostas no veículo. Por exemplo, no jornal impresso, o editor decide qual reportagem terá mais espaço e em que página cada texto vai entrar.

Na televisão e na rádio existe ainda a função do produtor. "É quem propõe uma pauta e às vezes a produz, o repórter é quem vai a campo, o pessoal da rádio-escuta liga para as delegacias, para os bombeiros, para saber se tem alguma coisa que foge da rotina. Quando a reportagem vem da rua, ela passa pelo editor, e tem também os apresentadores, que cada vez mais são jornalistas", explica Ana.
Ana Escalada é a editora-chefe do Profissão Repórter (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)
Ana Escalada é a editora-chefe do Profissão
Repórter (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)


Cada editoria do veículo, como de notíciário político, internacional e de economia, conta com uma equipe de repórteres e um editor, que pode contar com editores assistentes para finalizar a criação das páginas. Na TV, os repórteres saem às ruas com os cinegrafistas e os técnicos de iluminação e som para garantir a captação das melhores imagens.

Os veículos ainda têm equipes dedicadas à produção e edição de fotografias e profissionais de desenho e programação, que cria os infográficos, as tabelas e artes que ajudam a explicar os fatos aos leitores. Além disso, jornalistas fazem o trabalho de pauteiro, que organiza a distribuição das pautas --como é chamada a notícia antes da apuração, redação e edição-- entre os repórteres.
Acima de toda a equipe estão o editor-chefe e o editor-executivo, responsáveis por manter a coesão do conteúdo e da linha editorial.
Quatro etapas da produção de uma reportagem: a pauta, a produção na rua, a edição no estúdio e a veiculação (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)
Quatro etapas da produção de uma reportagem: a pauta, a produção, a edição no estúdio e a veiculação (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)

Fora das redações
As redações de jornais, revistas e portais não são o único habitat dos jornalistas. "Ser repórter, ser roteirista de cinema, escritor de novela, trabalhar com publicidade... São mil possibilidades para uma mesma profissão", afirma Caco, que, além das reportagens diárias e semanais, também escreveu grandes reportagens em livros como "Rota 66 - A história da polícia que mata", que já recebeu mais de 80 edições.

Grande parte dos jornalistas também é encontrada cumprindo a função de assessores de imprensa, uma profissão que dividem com quem tem diploma de relações públicas, apesar de os últimos serem minoria neste mercado. Com as mudanças que a internet tem imposto à publicidade, ao consumo e à relação das marcas com o público, outros leques também se abriram ao profissional de jornalismo, principalmente nos setores de produção de conteúdo.
Camilla Salmazi, assessora de imprensa do Todos Pela Educação (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)
Camilla Salmazi, assessora de imprensa do Todos
Pela Educação (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)

Camilla Salmazi, que se formou em 2004 pela PUC de São Paulo, entrou para o curso de jornalismo pensando em trabalhar em uma rádio, e inclusive fez seu trabalho de conclusão de curso usando as técnicas específicas para este veículo. Mas, ao terminar a graduação, ela recebeu uma proposta de emprego em uma agência de comunicação, que presta serviços de assessoria de imprensa para empresas do setor privado e do terceiro setor.

Como ela não poderia ser contratada na editora onde fazia estágio na produção de notícias, Camilla decidiu aceitar a oferta, e não largou mais da área. "Percebi que gostava muito mais desse tipo de jornalismo", explica. "Você tem mais controle do tempo, uma carga horária fixa, é difícil ter que fazer plantão de fim de semana, só quando tem algum evento. E o salário também é melhor, além de você subir na carreira mais rapidamente."

De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, existem três pisos salariais para a categoria. O valor, referente a veículos da capital paulista, é de R$ 2.982.89 para os profissionais de rádio e TV e R$ 3.740,53 para assessores de imprensa. Quem trabalha em jornais e revistas recebe a partir de R$ 3.321,60.

Assessores de imprensa podem atuar tanto dentro da instituição em que trabalham, no departamento da comunicação, quanto em agências contratadas para prestar esse serviço a empresas e ONGs.
Além de atender aos pedidos da imprensa, é função da assessoria sugerir pautas aos repórteres e aconselhar a direção das instituições sobre estratégias de comunicação e exposição na mídia, incluindo o 'media training', treinamento para que os porta-vozes da empresa utilizem as mesmas técnicas dos profissionais de televisão ao dar entrevistas, como linguagem corporal e uso da voz.

Camilla, que hoje atua no setor de comunicação do movimento Todos Pela Educação, afirma que, nesta função, continua fazendo tarefas típicas de repórteres, como ir atrás de pautas e histórias que possam ser contadas pela mídia. "Você tem cabeça de jornalista, sabe se aquela pauta é interessante", diz.
Talvez o jornalismo não permaneça dessa forma, mas vai se transformar em outra coisa"

Ana Escalada, editora-chefe
do Profissão Repórter
Novos suportes, mesmo rumo
Para Ana, do Profissão Repórter, a internet já mudou muito o jornalismo na última década, e continuará provocando alterações, apesar de isso não colocar em risco a necessidade do profissional. "Talvez a televisão migre para a internet, talvez a internet se torne o veículo principal. Mas ele vai precisar daquela pessoa, daquele profissional que saiba falar 'olha só o que eu tenho para te dizer, olha que legal'", diz. Para ela, o jornalismo não vai morrer. "Talvez o jornalismo não permaneça dessa forma, mas vai se transformar em outra coisa."

Muitas empresas pedem, em suas ofertas de vagas, cada vez mais habilidades, como conhecimentos de vídeo e fotografia e o domínio de programas de edição de imagens e processamento de dados. Esses temas, assim como algumas técnicas de assessoria de imprensa, já começam a ser incluídos nos currículos das faculdades.
Caco afirma que, desde que começou a trabalhar com televisão, viu como a tecnologia modificou o modo de fazer jornalismo, com câmeras cada vez mais compactas e de maior qualidade, por exemplo. Segundo ele, o futuro da profissão é imprevisível. "Mas com certeza posso garantir que, daqui a cinco anos, histórias maravilhosas estarão acontecendo no cotidiano de todo mundo, e quem perder a oportunidade de experimentar essa profissão não sabe o que estará perdendo", diz.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

GUIA DE CARREIRAS: CIÊNCIAS CONTÁBEIS


Você sabe o que faz o profissional que trabalha com Ciências Contábeis? Acompanhe o texto abaixo e saiba como é atuar com contabilidade. 

Fonte: G1


Se no passado, o profissional formado em ciências contábeis tinha a função de fazer os registros contábeis de uma empresa, a partir de 2008, ele ganhou mais importância e passou também a auxiliar o gestor na tomada de decisões. Detentor das informações contábeis da empresa, o trabalho deste profissional não está mais restrito às análises financeiras ou elaboração de relatórios.
A partir de 2008, o Brasil passou a seguir os normativos internacionais de contabilidade, o que mudou o perfil do profissional e sua visibilidade, segundo André Limeira, doutor em gestão com concentração em contabilidade pelo Instituto Universitário de Lisboa, em Portugal. "Antes o contador era visto como um 'guarda livros' da empresa, pois só fazia o registro das transações. Hoje ele se tornou um analista que contribui para a tomada de decisões", afirma Limeira, que também integra o corpo docente da Fundação Getulio Vargas.
Para seguir carreira, é fundamental ter afinidade com os números, segundo especialistas, já que o curso de graduação é voltado para a avaliação financeira e todas as análises envolvem números e fluxos de caixa. Mas ficar apenas no ensino superior é um erro que pode custar a evolução na carreira.
guia contador (Foto: Arte g1)
Como o "novo" contador passou a ser mais cobrado, ter somente a graduação deixou de ser suficiente para ter destaque no mercado de trabalho. Pós-graduação, MBA, domínio de inglês e conhecimento sobre o cenário econômico, mercado financeiro entre outras atualidades se tornaram requisitos básicos da profissão. "O curso de graduação é elementar, mas é muito pouco para quem quer assumir a contabilidade ou a controladoria de uma empresa. A atualização tem de ser constante, é uma corrida sem linha de chegada", diz Limeira.
Boa demanda
Quem se forma em ciências contábeis pode trabalhar com recursos humanos, na área tributária de empresas, gerência financeira, auditoria, perícia contábil ou judicial. Também pode atuar em escritórios ou abrir sua própria empresa. As micro e pequenas empresas costumam terceirizar o serviço contábil, enquanto as maiores têm suas próprias equipes, segundo o professor Limeira.

"Qualquer empresa, independente do tamanho, precisa de um profissional da área contábil. Quem tem uma empresa doméstica precisa de um contador. Ele também é o profissional que tem conhecimento maior para fazer declarações de imposto de renda. O contador é imprescindível não só para empresas", explica Jádson Ricarte, formado pela Universidade Federal do Sergipe (UFS) e integrante do Conselho Federal de Contabilidade.
Calculadora é instrumento de trabalho do contador (Foto: Reprodução/EPTV)
Calculadora é instrumento de trabalho do contador
(Foto: Reprodução/EPTV)
Para assinar balanços contábeis e desempenhar as funções do contador, após concluir o curso de graduação o profissional precisa se submeter ao exame de suficiência aplicado pelo Conselho Federal de Contabilidade que confere o registro. A medida foi estabelecida no ano passado, pela lei 12.249/2010. É como se fosse o exame da Ordem de Advogados (OAB) aplicado aos bacharéis em direito. Assim como ocorre no direito, o exame da contabilidade também é bem rigoroso, segundo Ricarte.
É bem parecido com o exame da OAB, é também muito rigoroso. No último exame a aprovação foi de 38% e é bem comum os estudantes terem de fazer cursinho para ser aprovados", afirma Ricarte. Sem o registro no conselho, a atuação do profissional fica limitada e ele não está habilitado a assinar relatórios e balanços contábeis.
O professor André Limeira diz que para cada contador há, em média, 40 empresas precisando de profissionais da área contábil. Se o mercado está aquecido e há espaço para novos profissionais, o lado ruim da história é que falta qualificação, segundo ele. "Na área contábil a oferta é grande, e de 2008 para cá, a demanda cresceu muito. Mas a falta de atualização dos profissionais é um entrave. Um contador que se formou há cinco anos precisa procurar novos para aprender o que o mercado está aplicando."
Não há piso salarial nacional estabelecido por lei. Ricarte estima que o salário inicial gire em torno de R$ 2.500 e R$ 3.000.